Não apenas para o dia das mulheres . . . .
“O headhunter perguntou se eu não gostaria de ser aeromoça”, diz diretora de marketing do setor de tecnologia bancária, Temenos (cliente de LatAm Intersect PR)
Existe um movimento mundial orgânico que incentiva a participação das mulheres no mercado de tecnologia. Porém, mesmo diante de diversos avanços, a representatividade ainda é pequena perto da capacidade e possibilidades de contribuição das mulheres desse setor. E, quando a mulher entra para esse mercado, enfrenta muitas vezes diferenças salariais, desafios nas relações interpessoais e hierárquicas entre outras questões.
Mas há mulheres nesse front que inspiram outras mulheres, mostrando que é possível atuar no setor de tecnologia e ocupar cargos de decisão com maestria. E é sobre elas que vamos falar nesta semana em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Para começar, vamos trazer o olhar da Maria Pulice, diretora de marketing da Temenos LatAm e Caribe, empresa especializada em serviços bancários digitais. Pulice atua há 20 anos no setor de tecnologia e finanças e começou sua trajetória em um ambiente bastante hostil para as mulheres: uma corretora de valores em Wall Street.
Porém, ela ouviu o conselho do seu pai e não desistiu. O conselho dizia: “Maria, case por amor e não por dinheiro”. Segundo Pulice, ele sabia que ela poderia ganhar seu próprio dinheiro e ter sucesso por conta própria.
Conheça um pouco mais sobre a carreira desta diretora de marketing e inspire-se.
LIPR: Qual o maior desafio que você enfrentou como mulher na sua carreira?
Maria: Certa vez, me encontrei com um headhunter em Nova York e disse a ele que estava procurando trabalho no setor bancário ou financeiro. Ele se virou e me perguntou: “Você não estaria interessada em ser uma aeromoça/comissária de bordo?”. Não importava para ele que eu tivesse um diploma em Negócios Internacionais ou qual era o MEU emprego dos sonhos. Ele já tinha definido em sua mente o que achava adequado para mim. Ele não ouviu. Desnecessário dizer que decidi não trabalhar com aquele headhunter novamente.
LIPR: Que mudanças você viu acontecendo que beneficiam as mulheres?
Maria: Tenho visto mais empresas e organizações iniciarem programas de mentoria e treinamento voltados para as mulheres, especialmente em tecnologia e finanças. Também estou vendo, por exemplo, bancos digitais exclusivos para mulheres, que oferecem empréstimos especiais e produtos bancários para mulheres empresárias. Ainda sinto que há um longo caminho a percorrer para as mulheres, mas continuo otimista.
LIPR: Que mensagem que você deixa para as outras mulheres?
Maria: Uma história que eu gostaria de compartilhar com as mulheres é um conselho que meu pai realmente me incutiu. Ele me encorajava a ter minha própria carreira, trabalho, profissão ou hobby, para que eu pudesse ter minha liberdade financeira. Ele sempre quis que eu tivesse um plano reserva e estivesse preparada para qualquer obstáculo que a vida pudesse lançar no meu caminho. Ou seja, eu não precisava, necessariamente, me apoiar em um namorado, parceiro ou marido para realizar meus sonhos e aspirações.