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Monitoramento cidadão mostra urgência de uma transição energética justa e de políticas que integrem mobilidade, saúde e justiça climática

Belém (PA), 11 de novembro de 2025 – O lançamento do relatório De Olho no
Transporte 5 (DOT 5) marcou a presença da Casa Fluminense na COP30 com um alerta: a
saúde e as finanças da população correm perigo. O documento foi apresentado no painel
“Monitoramento cidadão para cidades respiráveis: a transição energética para ônibus
mais acessíveis, limpos e seguros na RMRJ”, com participação de Luize Sampaio e Vitor
Mihessen, da Casa Fluminense, e Maria Clara Salvador, do Centro Brasileiro de Justiça
Climática (CBJC), além de Tom Grylls, da Clean Air Fund.

Luize Sampaio relembrou que o tema da mobilidade precisa ser parte das discussões climáticas e reforçou o papel da geração cidadã de dados, destacando que o relatório traz um olhar sobre o impacto direto do transporte na vida cotidiana e na saúde das pessoas. “Os dados do DOT 5 mostram um quadro preocupante: 36% dos domicílios da metrópole não têm árvores no entorno, 66% estão em ilhas de calor, e 24% das emissões de CO2 do estado vêm da região metropolitana. Além disso, 10% dos casos de importunação ocorrem no transporte público, a maioria envolvendo mulheres negras — e 19,3% das vítimas são menores de idade. A tarifa também pesa: em média, 10% da renda das famílias é usada apenas para o transporte público”, refletiu.

Luize destacou ainda o mapa triplo zero elaborado pela Casa Fluminense — uma proposta que combina zero emissão, zero tarifa e zero mortes — e apontou a necessidade de discutir alternativas como o transporte aquaviário. “A geopolítica também tem a ver com

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transporte. No Sudeste, ainda precisamos aprender muito com o Norte e o Nordeste. No Leste Fluminense, por exemplo, daria para ter um ferryboat em São Gonçalo, Ilha doGovernador ou Magé. Se isso funcionasse, nossa qualidade de vida seria outra.” Maria Clara Salvador, do CBJC, reforçou que não existe agenda climática sem uma política de transporte antirracista. “A gente só olha o número e esquece que são pessoas que precisam do transporte público para viver, acessar conhecimento e lazer”, afirmou. Ela relatou a dificuldade de acessar a universidade por falta de transporte seguro e eficiente: “Se eu atraso cinco minutos, perco o trem e perco uma hora de aula”. Tom Grylls, da Clean Air Fund, chamou atenção para os impactos da poluição na saúde e para o papel da filantropia em apoiar soluções práticas. Ele ressaltou que é preciso tornar mais tangíveis os malefícios de respirar ar poluído e direcionar recursos para estratégias que enfrentem o problema de forma concreta.

Vitor Mihessen destacou a urgência da transição energética justa e a importância de conectar o tema da qualidade do ar à qualidade de vida. Ele lembrou que o transporte público é um direito constitucional, mas que esse direito ainda não é garantido de forma igualitária. “Quando falamos de justiça econômica, racial, de gênero e climática e do combate à pobreza e ao racismo, precisamos falar também de transporte gratuito e limpo”, afirmou, defendendo transparência, governança e políticas de redução de poluição. Vitor também destacou iniciativas, em várias cidades, que já correlacionam os temas. “Existem iniciativas que conectam qualidade do ar e qualidade de vida, e defendem políticas como a tarifa zero em dias de alta emissão, valorizando o transporte público e reduzindo o uso de carros”, explicou.

O lançamento do DOT 5 na COP30 reforçou o papel do monitoramento cidadão na construção de políticas públicas mais democráticas e inclusivas. Ao reunir dados sobre poluição, mobilidade, gênero e desigualdade, a Casa Fluminense busca fortalecer o debate sobre transição energética justa e direito à cidade, colocando as pessoas — e não apenas os veículos — no centro da ação climática. Acesse o estudo completo no site oficial da Casa Fluminense.

Sobre a Casa Fluminense:
Fundada em 2013, a Casa Fluminense atua no fortalecimento de lideranças e organizações populares na busca por justiça racial, de gênero, econômica e climática, impulsionando ações territoriais, monitoramento cidadão e incidência política da Região Metropolitana do Rio de Janeiro para o Brasil.

Assessoria de Comunicação:
Marcele Ferraz – marcele@alterconteudo.com.br – (21) 99891-2525
Lia Ribeiro – lia@alterconteudo.com.br – (21) 98689-0776
Glauco Figueiredo – glauco@alterconteudo.com.br – (18) 99661-2015

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